Sempre a mesma coisa...

Sempre que eu vejo um avião decolando, faço três coisas: paro para observar, desejo boa sorte para quem estiver lá dentro e fico imaginando para onde ele vai.

Sempre que eu ando pelo centro de Porto Alegre, penso que estou em um imenso camelódromo e me pergunto se um dia aquela parte da cidade vai ser apresentável.

Sempre que alguém me pergunta alguma coisa que eu não quero responder, peço para a pessoa repetir, para ganhar tempo.

Sempre que "I want to hold your hand", dos Beatles, começa a tocar, sinto um arrepio na espinha. E a música nem é das mais lindas.

Sempre que eu ouço AC/DC, concluo que não fazem mais rock assim no mundo.

Sempre fico desesperada, quando, num filme, algum personagem passa vergonha. Sentir vergonha alheia me incomoda muito, não sei se rio ou se choro. Dois exemplos: a cena de Um Grande Garoto, quando o menininho inventa de cantar "Killing me softly" na escola e a roupa que o Rony Weasley usa para ir ao baile, em Harry Potter e o Cálice de Fogo.



Sempre que eu vejo uma criança fazer alguma coisa errada, tipo jogar papel no chão, observo a reação da mãe. Ultimamente, as mães só têm me decepcionado. Ninguém corrige mais os filhos?

Sempre que alguém diz “Eu, enquanto ser humano...”, tenho vontade de morrer. Para meu desespero, na última palestra em que fui, a palestrante falou isso várias vezes. Será que ela não percebe que “enquanto” é uma palavra que indica transitoriedade? Nós não “estamos” seres humanos, nós somos seres humanos, até segunda ordem.

Sempre que eu vejo algum filme com o Hugh Grant – e eu faço isso bastante - chego à conclusão de que ele é o homem mais charmoso da galáxia.

Sempre que eu saio de casa e vejo as outras mulheres na rua, penso que eu poderia ter me arrumado melhor. Passado pelo menos um batonzinho. Mas fica sempre para a próxima...

9 comentários:



Adriane Schroeder disse...

Sempre qeu leio um texto bacana como este, tenho vontade de ter sido eu a escrevê-lo...

Rafaela disse...

Eu, enquanto ser humano acho que essa cena de Um Grande Garoto é mesmo muito V.A, mas adoro.
;)

Anônimo disse...

Eu também sempre faço algumas coisas. Eu sempre pego papéis que são distribuídos na rua, para não deixar que outra pessoa pegue e jogue na rua. Eu, pelo menos, guardo no bolso ou jogo no lixo.

Acho que minha mãe me ensinou a fazer isso.

camilinha disse...

os aviões do aeroporto de vitória passam voando baixinho por cima do meu apartamento. eu sempre imagino que o piloto é um idiota porquê cada avião é um susto.
e, quanto a se arrumar melhor, sabe que eu não me importo muito? às vezes me sinto mais bonita que muita gente arrumadinha.
sem mais.

Provisório disse...

Primeira vez no blog e adorei o texto..
enquanto ser humano é horrivel nao e?!

Alexandre Silva disse...

Ótimo texto srta Luna...andas inspirada...rsrsrs

Olha, o lance da "vergonha alheia" acontece mto comigo. Tem um filme chamado "The New Guy" (no Brasil devem ter traduzido como "João e o pé de feijão" sei lá, nunca vi dublado..rsrsrs) que conta a história de um carinha q era o nerd cobaia da sua escola e de repente ele vai pra outra e vira simplesmente "O CARA". Aí no desenrolar tem um cara da antiga escola q vai o desmascarar... sinceramente ñ quis ver o fim do filme...hehehhehe. Não queria sentir a vergonha do cara. Talvez seria algo identificável, sei lá...

No mais, eu nunca vejo aviões decolando, nem nunca andei em PoA. Mas sempre q vejo alguém comentar q vai votar em tal candidato me pergunto se o BraZil um dia vai ficar apresentável.
E o último parágragfo só reforça como as mulheres vestem pras mulheres...rsrsrsrss
Abraço
http://falandoprasparedes.blogspot.com

Comentário quilométrico, putz...

Professor Snape disse...

Bastante interessante, Luna. :)

Rafaela disse...

Morri

Luna disse...

Morri também! É bem plausível, já que faz tempo que não atualizo aqui...