Agüenta, coração!!!

Quem não gosta do Galvão Bueno tem lá suas razões. Ele põe todo mundo nervoso, grita demais, dá palpites furados, trata mal o Arnaldo César Coelho, se acha o rei da cocada preta, pensa que sabe tudo de todos os esportes. Isso nem é nada. O pior, na minha opinião, são os seus bordões. Aliás, Faustão é outro que volta e meia está dizendo frases feitas a plenos pulmões.

Pensando na mania chata dos dois apresentadores, cheguei à conclusão de que o povo em geral, apesar de nem sempre GRITAR, também usa e abusa de sentenças manjadas, no dia-a-dia. Todo mundo tem a síndrome do Galvão Bueno.

A vida cotidiana parece roteiro do Zorra Total: as mesmas frases, ditas sempre nas mesmas ocasiões. Aprenda!

Ao enfrentar o sobe-e-desce das temperaturas do inverno gaúcho, diga:
Assim não há saúde que agüente!
O inverno não é mais o mesmo...
Deve ser culpa do aquecimento global!

Ainda sobre o inverno gaúcho, chuvoso uma barbaridade, comente:
Ai, essa umidade...
As roupas não secam!
Secadora gasta muita luz!
Nós vamos virar sapo!

Estamos na época eleitoral. Nessa ocasião, não deixe de reclamar, dizendo:
É tudo ladrão!
Que palhaçada!
É só discurso!
O negócio é não votar em ninguém!

Ao ouvir histórias do mundo cão, como aquela do cara que matou cinco pessoas, dois cachorros e três periquitos num assalto, solte o verbo:
Esse país não tem jeito!
Matou, tem que morrer!
Aonde vamos parar?
E a polícia, numa hora dessas?
Nos Estados Unidos é diferente...

No velório do tio do cunhado da vizinha da namorada do seu primo, declare:
Era um homem tão bom!
Um exemplo, um batalhador!
Eu tenho pena é de quem fica! Quem morre, se acaba!
Será que ele deixou alguma coisa para a viúva?
Coitado, tão moço!

Se o assunto for trabalho, você pode contribuir assim:
Melhor do que nada!
Emprego tem, o que não tem é salário!
Se tá difícil pra quem estudou, imagina pra quem não tem estudo...

E, se a conversa girar em torno de algum fenômeno de mídia, como as tais mulheres-fruta, arrebente a boca do balão:
Só no Brasil acontece uma coisa dessas!
Quanta vulgaridade!
Este é o exemplo que as nossas crianças estão vendo!
Isso é tudo culpa da falta de cultura do povo brasileiro!

Aprendeu? Agora é só fazer aquela plaquinha "FILMA EU, GALVÃO!". Aposto que ele vai ficar muito orgulhoso de você.

13 comentários:



Anônimo disse...

Me diverti lendo o texto! E, sem sombra de dúvidas, os bordões não são características apenas desses apresentadores. As pessoas usam! E muito!
E não me excluo não... já me peguei falando "tão moço" a respeito de algum falecido, ou até o famoso "se tá difícil pra quem estudou, imagina pra quem não tem estudo".

Não tem jeito! A gente usa.
Ótimo texto!

Luna disse...

Eu também uso! Principalmente aqueles que falam do tempo! "Vamos virar sapo" é um clássico.

Alexandre Silva disse...

Impressionante é que em cada uma das situações tem uma clássica: O "Aonde vamos parar?" é a mais de todas...
Já perdi as contas de qtas vezes ouvi o ""se tá difícil pra quem estudou, imagina pra quem não tem estudo" nos meus anos de escola...deve ser pq era um ótimo aluno. Agora, as do velório são sacanagem... "Um exemplo, um batalhador!" Todo cachaceiro que morre é saudado com essa frase :P Impressionante...rsrsrs
Tava com saudade de vir aqui
Abcs
http://falandoprasparedes.blogspot.com

ROBINSON ROGÉRIO disse...

nosso cotidiano parece ser roteiro do zorra total foi mto bom,pq realmente aqele troço não muda. O Galvão Bueno nãodá pra atura mesmo,nessas olimpiadas então só dava ele,um saco.

É verdae mesmo estas frasesinhas,então a do inverno chuvoso aqi no sul ASSIM A GNT VI VIRAR SAPO tbm foi demais

abraços
e post sempre

Anônimo disse...

Ahh, concordo cnt nesse texto,
adoreii ele,
tah super divertido...
:P

Frankulino disse...

Dé, adoro... Secadora gastar luz é o mais novo sinônimo de coidipobre...

Aliás, todas essas frases aí são meio secadora gasta luz, néam?

(achei legal essa coisa do secadora gasta luz, agora vou viciar, como viciei em "suas gostosa")

iti disse...

dali galvão, fico legal as frases ae...
massa o blog



http://imtemplates.blogspot.com/

Daniel Leite disse...

Eu gosto do Galvão, com tudo o que é chavão, repetição, haja coração etc. Mas isso é fato: nós vivemos de ditos populares. Repetimos o que outros falam, afinal a maioria de nós não tem dom para o neologismo. Então, copia-se e, na falta de criatividade, reproduz-se.

Até mais!

Gleise Erika Cavalli disse...

rsrs...

Pior que mesmo sem perceber, já saímos falando esses bordões...

Depois de um tempo, eu por exemplo fico pensando ...

"De onde tirei isso"rsrsrs ...

Daí acabo me lembrando ...

Anônimo disse...

Luna, depois dá uma passada lá no meu blog. Te indiquei para no Blog Day! ;]

Rafaela disse...

Gaúcho fala muito "barbaridade", né? Eu tinha uma tia gaúcha que sempre metia uns "barbaridade" no meio das frases, ou então era "barbaridade, tchê". Adorava!
Frases by Rafaela:
- Tô morrendo de sono hoje!
- Que aula chata.
- Não tem mais jeito, não.
- Maravilha.
- Oxeeeeeeeeeee!

Anônimo disse...

"The Great Cliche Database" :))))

Anônimo disse...

Ótimo texto Luna.
Às vezes nos sentimos incomodados com algo que assistimos e nem percebemos que é pelo excesso de clichês.

Abraços