Dez coisas para fazer enquanto se espera um ônibus

Esperar ônibus é um saco, principalmente por que, no Brasil, as pessoas desconhecem o que é horário. Cadê o ônibus das 18h10? Ah, hoje ele passou aqui às 18h06. Perdi. Pode parecer bobagem, mas esses poucos minutos fazem diferença. Eu me preparo para estar na parada às 18h10. Sou pontual, mas o motorista pensa diferente. Vai ver, ele quer chegar mais cedo em casa...

E o que fazer, enquanto espero pelo próximo ônibus? Esperar é um saco, como eu disse antes. Mas desenvolvi algumas técnicas que me ajudam a não morrer de tédio, nem de raiva.

1-Ouvir música: É bom, porque assim nenhum impertinente se atreve a puxar assunto. Odeio conversar com estranhos. Não estou interessada na quantidade de roupas que não secaram porque está chovendo. Não quero comentar o tempo. Não vejo nenhuma novela. Deixem-me a sós com meus pensamentos!

2-Ler um livro: Seria excelente, não fosse por um problema: não consigo me concentrar. Não que eu precise de silêncio absoluto para ler, mas é que eu fico toda hora levantando os olhos do livro, para ver quais ônibus estão passando. Mesmo sabendo que o meu ainda vai demorar...

3-Ouvir as conversas dos outros: Adoro! O problema é que às vezes não aparece nada de interessante. Ouvir papo sobre as roupas que não secaram é ainda pior do que participar da conversa. Não é todo dia que aparece alguém comentando a separação da Jucineide ou sobre o filho da Marilúcia, que está tendo problemas com a polícia.

4-Escolher uma pessoa e tentar adivinhar que ônibus ela vai pegar: Vila Nova? Boa Saúde? Cohaburgo? Rincão? Onde será que essa criatura mora? Quase nunca acerto. O interessante é quando a pessoa acaba entrando no mesmo ônibus que eu, e eu nunca a vi mais gorda.

5-Julgar as pessoas: Essa técnica é legal, porque a cada dia posso escolher uma categoria. Música, por exemplo. Esse aí é pagodeiro, aquela lá só escuta o que está na moda, aquele outro deve gostar de música de bailão... Já imaginei quantos parceiros sexuais uma pessoa já teve, ou quanto ela ganha, ou onde trabalha, ou em quem votou, ou que nome ela deve ter. É divertido.

6-Botar reparo nas roupas: Nem entendo nada de moda e não sou muito chegada no assunto. Mas gosto de observar o que as pessoas estão vestindo. Principalmente as mulheres, porque homem se veste sempre igual. Aí tem a tiazinha que roubou o vestido da filha, a mocinha que tem a coragem de mostrar pernas dominadas pela celulite, aquela que pensa que está na praia, gente de botas num calor infernal, gente com combinações de cores nada a ver... E aquelas mulheres que ficam lindas só com um vestidinho e uma sandalinha. Para estas, dou o troféu Audrey Hepburn.

7- Olhar para os pés dos outros: Adoro sapatos! Muito mais do que roupas. Mas olho para os pés das pessoas só para implicar. Quero saber quem faz o pé e quem é desleixada. Felizmente, a maioria das mulheres é ajeitada. São poucas as que andam por aí com unhas cortadas de qualquer jeito, com cutículas gritando e com calcanhares cascudos ou rachados. Para estas, tenho vontade de dar um vale-pedicure. Ou uma multa. Existem salões de todos os preços, em qualquer biboca. Existem primas, tias, irmãs que sabem fazer pedicure. Não tem desculpa para o desleixo. Reparando em pés, vejo que poucas ousam na cor do esmalte. A maioria oscila entre os clarinhos e os vermelhos (que as tiazinhas adoram!).

8-Observar mães e filhos: Fico impressionada com a quantidade de mulheres que deixam as crianças pequenas soltas na parada. Ou com aquelas que vêem os filhos jogando lixo no chão e não os xingam. Ou com aquelas que entopem as crias de refrigerante, salgadinhos e balas. Ou com aquelas que levam tapas e não fazem nada. É altamente estressante!

9-Ficar lembrando de coisas e rindo sozinha: Pode ser qualquer coisa: o último janelão do MSN, as frases mais legais de Seinfeld, alguma coisa acontecida na oitava série. Se for engraçado, vale a pena recordar. E rir sozinha não é coisa de louco, é coisa de quem tem uma imaginação que funciona bem.

10- Ter idéias para textos: Pensando em tanta bobagem, às vezes surge alguma idéia que pode ser aproveitada. O problema é lembrar de tudo depois...

Quem espera, sempre alcança!


Eu sempre fui fã do Guns N’ Roses. Quando eu era adolescente, tinha mil e quinhentos pôsteres – que estão todos guardados, bem escondidos, numa pasta. Como quase todas as meninas da minha geração, eu também tinha uma paixão platônica pelo Axl Rose. Eu jurava que um dia ia conhecê-lo e ele ia se apaixonar por mim. Se isso acontecesse, seria pedofilia, mas era o que eu sonhava.

Além dos pôsteres, das camisetas e da paixonite boba, eu também gostava da música. Dessa, eu ainda gosto, apesar de já não ouvir tanto a banda como antes. E a culpa é toda do Axl, que demorou milhares de anos para lançar material inédito.

Quando o Guns se separou, indo cada um para um lado e o Axl ficando dono e senhor do nome da banda, fiquei do lado dele (como se isso fizesse alguma diferença no Universo). Acompanhei todos os rumores de nova formação, novo disco, Slash voltando, Axl perdendo a voz e a sanidade. Lembro do tempo em que se dizia que o novo trabalho da banda se chamaria 2000 Intentions.

Finalmente, passaram a divulgar que o cd se chamaria Chinese Democracy. Eu precisaria fazer uma extensa pesquisa para saber quantas vezes ele deveria ter sido lançado, nos últimos anos. A cada novo adiamento, mais uma frustração. Mas continuei esperando, firme e forte.

Em 2008, eu estava bem por fora desse vai-não-vai. Nem estava mais pensando no assunto, quando as músicas começaram a vazar na Internet. Fui avisada, mas nem corri atrás. Vai saber o que é boato e o que é verdade! Tempos depois, o Alexandre escreveu sobre o lançamento do cd. Acreditei mais ou menos.

A ficha só caiu, mesmo, quando vi Chinese Democracy na pré-venda do Submarino. Afinal, eles não venderiam um produto inexistente, não é? In Submarino I trust! Logo depois, ouvi as músicas no myspace do Guns e tive a sensação de matar as saudades e de que a espera valeu a pena.

Não vou fazer uma crítica musical, dizendo que as guitarras são assim, que o vocal lembra isso, que as músicas parecem aquilo. Isso não importa. O que faz sentido, para mim, é que finalmente lançaram esse bendito álbum. Eu acreditei e estava certa (como se isso fizesse alguma diferença no Universo).

O mais engraçado de tudo é que eu penei para conseguir comprar Chinese Democracy. Axl devia ter me mandado uma cópia autografada, como prêmio pela minha fé. Comprei no Submarino, mas a companhia de cartão de crédito cancelou a compra. Fui às Americanas, com o mesmo cartão e consegui, sem problemas. Devo ter esperado uns 20 minutos na fila. Chegando em casa, travei uma verdadeira batalha para retirar o plástico do cd.

E por que eu não baixei as músicas na Internet? Ora, que graça teria? Eu esperei anos e anos por um cd - algo que eu posso tocar, ver, guardar - e não por um apanhado de arquivos em mp3.
Acreditar em Chinese Democracy dá trabalho. Requer paciência. Muita paciência...

Se eu fosse...

Lembra daqueles questionários que a gente fazia na escola? Este aqui, que eu encontrei lá no Bruxas e Fadas, se parece muito com aqueles. Só não pergunta "com quantos você já ficou?".

Se eu fosse um mês, seria... Abril.
Se eu fosse um número, seria... 19. Porque 19 não é 20, e isso faz toda a diferença.
Se eu fosse um planeta, seria... Saturno.
Se eu fosse uma direção, seria... Para a frente.
Se eu fosse um móvel, seria... Uma mesa.
Se eu fosse um líquido, seria... Coca-cola.
Se eu fosse um pecado, seria... A preguiça.
Se eu fosse uma pedra, seria... Diamante. Pra que pensar pequeno?
Se eu fosse um metal, seria... Prata.
Se eu fosse uma árvore, seria... Um plátano.
Se eu fosse uma fruta, seria... Cereja.
Se eu fosse uma flor, seria... Margarida.
Se eu fosse um clima, seria... Temperado.
Se eu fosse um instrumento musical, seria... Uma harpa.
Se eu fosse um elemento, seria... A água.
Se eu fosse uma cor, seria... Vermelho.
Se eu fosse um animal, seria... Um elefante. Novamente, pra que pensar pequeno?
Se eu fosse um som, seria... Uma gargalhada.
Se eu fosse uma letra de música, seria... “Chega de saudade”. Acho fofinha!
Se eu fosse uma canção, seria... “Sara”, do Fleetwood Mac.
Se eu fosse um estilo de música, seria... Rock.
Se eu fosse um perfume, seria... Chanel 5.
Se eu fosse um sentimento, seria... A dúvida, que é o começo de tudo.
Se eu fosse um livro, seria... “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J.D.Salinger.
Se eu fosse uma comida, seria... Salmão assado.
Se eu fosse uma cidade, seria... Nenhuma.
Se eu fosse um gosto, seria... De maracujá.
Se eu fosse um cheiro, seria... De lavanda.
Se eu fosse uma palavra, seria... Imaginação.
Se eu fosse um verbo, seria... Imaginar.
Se eu fosse um objeto, seria... Um livro.
Se eu fosse uma roupa, seria... Vestido.
Se eu fosse uma parte do corpo, seria... Mãos.
Se eu fosse uma expressão, seria... “Pois é...”.
Se eu fosse um personagem de desenho animado, seria... Branca de Neve.
Se eu fosse um filme, seria... “A Princesa e o Plebeu”.
Se eu fosse uma forma, seria... Um círculo, sem começo, nem fim.
Se eu fosse uma estação, seria... Verão.
Se eu fosse uma frase, seria... “Acho digno”.

Falando nisso...



E não é que eu ganhei um selo? Muito estranho, para um blog atualizado de vez em nunca. Obrigada, Alexandre!

Vou repassar para Nanael, Rafael , Gabriel, outro Gabriel e Bárbara.

O que fazer quando...

... você tem mais blogs do que idéias para escrever?

a) Desistir de tudo?
b) Ir empurrando com a barriga?
c) Deixar como está?
d) Se esforçar mais?

Ainda não encontrei a resposta, mas fui convidada, ou melhor, pressionada, a participar de mais um blog coletivo. Com Frank e Meg, meus parceiros de Talicoisa.

Blogs coletivos são bons e divertidos. Alguém sempre vai ler, nem que sejam seus pares. Ótimo para quem tem a síndrome do “ninguém me ama, ninguém me lê”. Não é o meu caso, juro.

Blogs coletivos são excelentes, também, para quem só consegue funcionar à base de pressão. Você sempre dá um jeito de escrever, no seu dia marcado, para não decepcionar seus colegas de trabalho.

Blogs coletivos só não servem para quem não sabe dividir os brinquedos.

A quem interessar possa: o novo blog se chama "Mais de uma hora". Seja o que Deus quiser!

Fake doctors

De tanto ouvir meus amigos falarem do seriado House, resolvi assistir também. Estou com a primeira temporada aqui em casa e já vi os quatro primeiros episódios.

House (o personagem) me parece o tipo de pessoa mais legal que existe: aquela que tem senso de humor ferino. Fala o que quer, na hora que quer, sem se importar com “detalhes”, como o sentimento alheio. Gente muito boazinha, muito simpática, consegue ser deveras irritante.




Ele me lembra um pouco o Dr. Romano, do E.R, com a diferença de que Romano não dava vontade de levar para casa. House fala as maiores barbaridades com charme, Romano era simplesmente grosso. De qualquer forma, eu rio com os dois. Devo ter sérios problemas por gostar de gente assim, mas isso não vem ao caso.

Já sobre House (o seriado), não posso ter uma opinião formada, ainda. Gostei de todos os personagens e das histórias, mas ainda não criei aquele vínculo, tão necessário quando se trata de seriados.

Posso dizer que senti falta de adrenalina. Sete temporadas de E.R. (existem mais, mas eu só assisti até aí) me deixaram querendo ver um desfibrilador em ação a cada dez minutos. Seriados médicos em que a gente não pode dizer “Clear!” junto com os personagens soam muito estranhos.

Fiz toda essa lenga-lenga só para dizer que ainda prefiro E.R., que foi um grande seriado médico, antes de virar “The Abby Show”.

PS:“The Abby Show” é como os fãs da série passaram a chamá-la, depois que E.R. deixou de lado os casos médicos e passou a investir quase totalmente nos sofrimentos da jovem Dra. Abby.

PS2: Será que, mais para a frente, vou me viciar em House?

PS3: Aprendi porque eu acordo de repente, pulando. Diz o House (um dos médicos dele, sei lá como se chama) que quando a gente começa a dormir, às vezes o cérebro entende que o corpo morreu e manda um estímulo para ver se ele está vivo. Medo.

O primeiro amor ou Como ser patético sem fazer esforço

O amor é lindo, não é? É um assunto aparentemente inesgotável, que inspira desde gente chique e importante, como Shakespeare, até gente brega e desnecessária, como Zezé Di Camargo. Desde crianças ouvimos falar dele, nos livros de contos de fada, nas novelas, nas músicas e nas conversas dos adultos, que adoramos ouvir. Sabemos que, quando crescermos, vamos nos deparar com ele. E então, esse dia chega...

Eu tinha treze anos, estava na sétima série em uma escola nova. Naquele tempo, eu era mais feia que um raio: sempre magricela, cheia de espinhas e com uma cabeleira indomável. Estava em fase de crescimento, época em que algumas partes do corpo se desenvolvem antes do que outras, o que acaba dando à pessoa um aspecto bizarro. Parecia que eu só tinha nariz! Agora eu pergunto: uma pessoa nesse estado tem condições de atrair o sexo oposto? O cupido não poderia ter esperado um pouco mais? Claro que não! Imagina se os deuses vão deixar de se divertir às custas dos mortais! Jamais! E quando dei por mim, estava perdidamente apaixonada pelo Felipe.

Felipe tinha 13 anos como eu, mas nenhum defeito. Sim, essa é a primeira coisa se aprende com o amor: cegueira. Era dono de lindos cabelos loiros, olhos possivelmente azuis e uma voz rouca. Não estudava na mesma sala que eu, o que tornou ainda mais difícil ele saber da minha existência. Para completar o quadro da dor, o moço era popular e eu não.

O que nos leva ao lado patético da situação. Como se aproximar de uma pessoa popular, quando se é Betty, a Feia? Eu usei todas as armas que a minha timidez permitia: ficava lançando olhares de soslaio, outros olhares um pouco mais calientes (que ele não notou, ou pensou que fosse dor de barriga), passava umas duzentas vezes na frente dele no recreio e até fui à secretaria da escola para pedir seu telefone. Mas eu nunca liguei...

Enquanto isso, eu fazia planos para nós. Cheguei a escrever no meu diário que eu casaria com Felipe, seria veterinária e nós teríamos quatro filhos! De onde surgiu essa vocação para parideira, não sei. Também planejei exaustivamente o nosso primeiro beijo, ensaiei frases banais para dizer a ele, escrevi cartas de amor... A gente tinha até a “nossa música”, que era “Wind of Change”, dos Scorpions. Fora isso, eu pensava nele sempre que ouvia o Love Songs. Sim, minha gente, eu ouvia o Love Songs! A que ponto cheguei!

Outras conseqüências nefastas desse amor: não dormia direito, não me alimentava direito (devo ter emagrecido ainda mais) e também não queria saber de estudar. Estava sempre nas nuvens. Até fiz algumas tentativas (vãs) de melhorar a minha aparência, mas os cabelos continuaram iguais aos de Maria Bethânia. Droga de anos 90!



Um belo dia, tal qual bolha de sabão, a paixonite se desfez no ar. Não casei com Felipe, ele nunca me notou, se falei com ele, não consigo lembrar. Também nunca mais o vi... A única coisa que ficou foi a lembrança de dias turbulentos, mas divertidos. E uma pontinha de saudade, quando eu ouço “Wind of Change”, no rádio.

(Texto originalmente publicado no Talicoisa. Auto-plágio!)

MEME - Trilha Sonora

Recebi do Alexandre, do Falando pras paredes, este MEME. É assim: para cada uma das dezoito ocasiões da sua vida, escolha uma trilha sonora. Adorei, porque é o primeiro MEME que eu faço neste blog e porque fala de música. Meu resultado ficou assim:

1°) [Créditos Iniciais] – Good times, bad times – Led Zeppelin. A vida é isso.

2°) [Acordando] - I’m only sleeping – Beatles. “Please don’t wake me/ No, don’t shake me/ Leave me where I am/ I’m only sleeping”. Concordo em gênero, número e grau. É o meu hino. E de todos os preguiçosos do mundo.

3°) [1° dia de aula] – C’mon feel the noise – Quiet Riot. Porque essa música me lembra adolescente fazendo confusão na escola, igualzinho aos filmes da sessão da tarde.

4°) [Se Apaixonando] – I guess that’s why they called it the blues – Elton John. No começo, tem um recadinho para os mais afobados: “Don’t look at it like it’s forever”. E no final, tem uma frase linda, que todo o apaixonado gostaria de ouvir: “I simply like you more than I love life itself”. Eu derreteria!

5°) [Música de Briga] – Eye of the tiger – Survivor. É a música do filme “Rocky”, e para brigar tem que ter estilo. Quisera eu saber dar socos!

6°) [Terminando Tudo] – Suspicious Minds – Elvis Presley. “We can’t go on together/ With suspicious minds...”. Para a turma que adora um ciuminho.

7°) [Aproveitando a Vida] – Good day sunshine – Beatles. “I’m in love and it’s a sunny day”, “I need to laugh and when the sun is out/ I’ve got something I can laugh about”. Paixão, risadas e o sol brilhando... Precisa de mais alguma coisa para ser feliz?

8°) [Formatura] – Time of your life – Green Day. Formatura sem lágrimas não vale. E essa música tem aquela vibe de “nunca mais vou ver meus amigos, foi bom enquanto durou”.

9°) [Caindo aos Pedaços] – Fix You – Coldplay. “When you try your best, but you don’t suceed...”. Adoro sofrer com Coldplay e essa canção me faz sentir menos loser.

10°) [Dirigindo] – Iron Zion Lion -Bob Marley. Nem sei porquê, mas gosto de animação na estrada. E amo essa música, uma das poucas que consigo ouvir do Bob. “Running a fugitive, just to save the life I live”.

11°) [Flashback] – Billie Jean – Michael Jackson. Não tem como ouvir sem pelo menos estalar os dedos. Se bem que o meu playlist é quase todo formado por músicas antigas! Fica difícil escolher uma.

12°) [Reatando Namoro] – Whitout you – Mariah Carey. É aquela “Cant’ liiiiiiiiiiiive, if living is without yooooooooooooooooou”. Não contem para ninguém, mas eu gosto de algumas músicas da Mariah. Quanto mais melosas, melhor. Aposto que se alguém tocar essa música várias vezes seguidas na frente da casa do ex, ele volta. Ou pula pela janela.

13°) [Casamento] – Can’t take my eyes off you – Frank Vallie. Porque essa música é romântica, é antiga e eu adoro. Deve tocar em muito casamento pelo mundo afora. Será?

14°) [À vespera da Guerra] – War Pigs – Black Sabbath. Antes de começar a guerra, é de bom-tom reclamar do quanto ela é injusta. Depois a gente briga, se não tiver outro jeito.

15°) [Batalha Final] – The Trooper – Iron Maiden. “You’ll take my life but I’ll take yours too / You’ll fire you musket but I’ll run you through/ So when you’re wating for the next attack/ You’d better stand there’s no turning back”. Foi a única música de guerra que eu consegui lembrar. E meu deu uma baita vontade ver o Iron. The trooper rules!

16°) [Momento de Triunfo] – I will survive – Gloria Gaynor. É a canção de quem conseguiu passar do amor ao desprezo. Dar a volta por cima com estilo não é para qualquer um.

17°) [Cena de Morte] – Kashmir- Led Zeppelin. Sempre achei que seria bonito morrer ouvindo essa música. A morte é uma viagem (dizem). Combina com Kashmir.

18°) [Créditos Finais] – Hallowed be Thy name – Iron Maiden. Morrendo, a gente se volta para Deus.

E agora, passo adiante para:

Fio, do Talicoisa;
Fabiana, do Paranóias Pessoais.

As anormais

Pessoas normais, quando conversam, costumam comentar fatos do seu dia-a-dia, perguntar sobre o trabalho, a escola, o namorado, o cachorro, o tempo.

Rafa e eu não somos normais. Nossas conversas não têm sentido nenhum. E, para a falar a verdade, morro de pena de gente normal. Elas não entenderiam o diálogo a seguir.

Rafa diz:
tcha-aaaann
Debs diz:
tchu-tchu-tchu pá
Rafa diz:
estas, mais de mesa
Debs diz:
pra que táxi?
Rafa diz:
disc joquei bommmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
Debs diz:
tb meia migo
Rafa diz:
abeleza
Debs diz:
pisa no milho
Rafa diz:
rema, ordinária
Debs diz:
mais de uma hora
Rafa diz:
dó não que eu não lhe devo nada
Debs diz:
eguági
Rafa diz:
siacabância
Debs diz:
encesiamento
Rafa diz:
smurfeamento
Debs diz:
tudo pra vc tem que ser utilitário?
Rafa diz:
e eu nem falei dos dólares
Debs diz:
pooooooooooobre
Rafa diz:
um dia vc vai cair
Debs diz:
minha vida é uma prostituição
Rafa diz:
eu sou uma profissional do se-qui-çu
Debs diz:
voltamos ao esporte
Rafa diz:
voltamos ao quadribol
Debs diz:
you filthy little mudblood

Precisamos assistir a menos vídeos toscos no Youtube, esquecer Harry Potter e sua turma e deletar todo e qualquer axé do nosso pensamento. Aham...

Dias de chuva, bagagem extraviada e luzes de natal

Recebi por e-mail uma frase que dizia mais ou menos assim: “Você consegue saber muito sobre uma pessoa observando como ela se comporta em três situações: dias de chuva, bagagem extraviada e luzes de natal emboladas”.

Por mais boba que seja a frase, e por absoluta falta do que fazer, fiquei pensando em como eu ajo quando me acontecem essas coisas. Até que é divertido, aquele lance de “conhece-te a ti mesmo” e tal...

Dias de chuva: Conseguem me irritar profundamente. Se for um dia só, tudo bem, não é o fim do mundo. Mas eu realmente me deprimo com aquelas semanas chuvosas, quando o sol não aparece nem por milagre. Gosto de dias ensolarados, eles me dão alegria. Mesmo que eu tenha que passar o dia todo trancada no trabalho, saber que o sol está brilhando lá fora me conforta. Acho até que ninguém deveria ser obrigado a sair de casa quando chove. Devia ser feriado, para a gente dormir e ficar em casa vendo filme debaixo das cobertas.

Bagagem extraviada: Nunca me aconteceu. Antes tivesse acontecido, porque alguém daria um jeito, ou eu teria com quem me irritar. Já passei pelo problema de ter uma mala roubada, o que é bem pior. Fiquei me sentindo uma idiota e sofri um pouco pelas roupas que eu nunca mais veria – algumas das quais eu gostava muito. Aprendi a não levar todas as minhas peças preferidas do armário, ao mesmo tempo, quando viajo. Depois, como não tinha mesmo jeito, me conformei.

Luzes de natal emboladas: Em primeiro lugar, nem curto esse lance de decoração natalina. Assim: supondo que eu fosse obrigada a colocar luzes de natal numa árvore, eu daria um jeito de me armar de toda a paciência do mundo para ajeitá-las. Mas, se fosse por minha própria escolha, eu jogaria tudo num canto e iria ver vídeos no You Tube. Terminaria de arrumar a árvore lá em julho. O que significa que eu só funciono na base da pressão e que sei diferenciar trabalho de lazer. No trabalho, eu sei o que tenho que fazer e faço direito, mesmo que me desagrade. Na minha vida pessoal, eu fujo de tudo o que seja complicado.

Resultado final: Eu não esquento muito a cabeça, tenho altas tendências à ociosidade e já aprendi que o ditado que diz “O que não tem remédio, remediado está” é verdadeiro. Se isso é bom ou ruim, já é outra história...

Sempre a mesma coisa...

Sempre que eu vejo um avião decolando, faço três coisas: paro para observar, desejo boa sorte para quem estiver lá dentro e fico imaginando para onde ele vai.

Sempre que eu ando pelo centro de Porto Alegre, penso que estou em um imenso camelódromo e me pergunto se um dia aquela parte da cidade vai ser apresentável.

Sempre que alguém me pergunta alguma coisa que eu não quero responder, peço para a pessoa repetir, para ganhar tempo.

Sempre que "I want to hold your hand", dos Beatles, começa a tocar, sinto um arrepio na espinha. E a música nem é das mais lindas.

Sempre que eu ouço AC/DC, concluo que não fazem mais rock assim no mundo.

Sempre fico desesperada, quando, num filme, algum personagem passa vergonha. Sentir vergonha alheia me incomoda muito, não sei se rio ou se choro. Dois exemplos: a cena de Um Grande Garoto, quando o menininho inventa de cantar "Killing me softly" na escola e a roupa que o Rony Weasley usa para ir ao baile, em Harry Potter e o Cálice de Fogo.



Sempre que eu vejo uma criança fazer alguma coisa errada, tipo jogar papel no chão, observo a reação da mãe. Ultimamente, as mães só têm me decepcionado. Ninguém corrige mais os filhos?

Sempre que alguém diz “Eu, enquanto ser humano...”, tenho vontade de morrer. Para meu desespero, na última palestra em que fui, a palestrante falou isso várias vezes. Será que ela não percebe que “enquanto” é uma palavra que indica transitoriedade? Nós não “estamos” seres humanos, nós somos seres humanos, até segunda ordem.

Sempre que eu vejo algum filme com o Hugh Grant – e eu faço isso bastante - chego à conclusão de que ele é o homem mais charmoso da galáxia.

Sempre que eu saio de casa e vejo as outras mulheres na rua, penso que eu poderia ter me arrumado melhor. Passado pelo menos um batonzinho. Mas fica sempre para a próxima...

Alguém faz parar?

Estou completamente viciada na música "Run", do Snow Patrol. Já ouvi milhares de vezes, só neste final de semana. É tão linda e tão triste... Ai, ai.

Por enquanto, ainda não a coloquei no mp3, porque aí já seria loucura. Prometo que vou ouvir só mais uma vez, antes de dormir.

Segunda-feira do barulho

Não sou daquelas pessoas que odeiam segunda-feira. Fico bem pior no domingo à noite. Segunda-feira é um mal necessário. Só que, hoje, foi de lascar.

1- Não dormi direito. Nunca consigo dormir bem de domingo para segunda, sabe-se lá porquê. Passei o dia meio aérea, “zumbizando”, como costumo dizer.
2- De manhã, ao levantar, consegui derrubar meus óculos no chão, pisar em cima deles e quebrar a armação e as lentes.
3- Meus óculos sobressalentes, meio antigos, acho que nem me servem mais. Meu grau já deve ter aumentado. E a armação é horrenda, uma mistura de Harry Potter e uma coruja velha. Logo...
4- Fui trabalhar sem óculos mesmo, porque nem morta que eu sairia de casa com aquilo no meio da cara. E, se eu fosse colocar lentes, àquela hora, chegaria atrasada.
5- Passei a manhã toda com a cara quase encostada no computador, para poder trabalhar. Só fui colocar as lentes na hora do almoço. Ainda nem quis parar para pensar em ter de fazer óculos novos. Não queria gastar esse dinheiro agora.
6- À tarde, sabe-se lá por que raios, minha pressão caiu. Nem é verão ainda! Fiquei ainda mais mole do que já estava.
7- Aliás, não agüento mais inverno. Estamos no meio de setembro e nada desse senhor chato ir embora. Primavera já!
8- Depois do trabalho, fui à locadora devolver dois filmes e... cadê o dinheiro? Esqueci de pegar. Tive que voltar para casa, pedir emprestado e voltar lá. Todo o estabelecimento deveria aceitar cartão de débito. Bando de retrógrados.
9- Chegando em casa, querendo um pouco de paz e sossego, tive outra surperesa. Minha mãe resolveu comprar dois passarinhos. Odeio pássaros engaiolados, morro de pena. Mas o pior nem é isso: meus cachorros não param de latir e de chorar. Será que hoje vou conseguir dormir?
10- Para completar, todas as minhas unhas estão quebradas ou quebrando, estou sem tempo de ir à manicure, notei um fiozão branco nos meus cabelos e a minha colega não vai trabalhar amanhã.

O lado bom (sempre existe um lado bom, tenha fé!) é que a segunda-feira já está no fim. E a lua está linda, maravilhosa e cheia lá no céu. Olhando para mim e rindo da minha cara.

Educando as novas gerações


Amon Raralho diz:
quem matou Odete?
Odara Perla diz:
a Leila, mulher do Marco Antônio.
Amon Raralho diz:
rsrsrs
Amon Raralho diz:
sério?
Odara Perla diz:
sim...
Odara Perla diz:
ela achou que quem tava atrás da janela era a amante do Marco Antônio.

Odara Perla? Amon Raralho? Na verdade somos eu e o Frank. Entre aqui e faça seu nome de "filho da Baby Consuelo".

PS: Ainda sou do tempo em que Baby do Brasil se chamava Baby Consuelo.
PS2: Hoje é sexta-feira, as idéias me fugiram...

30 é o novo 20

Fazer trinta anos não é uma perspectiva muito agradável. A gente se assusta, e se assusta bastante. Depois, como tudo na vida, a gente se acostuma. E vê que aquilo não era nenhum bicho-de-sete-cabeças. Grande parte da humanidade adora fazer drama antes do tempo. Morrer de véspera, que nem peru de Natal.

A gente percebe o quanto é bobo se desesperar com a chegada dos trinta quando se dá conta da época em que vive. Lembra daquela propaganda que dizia “incomodada ficava a sua avó”? Antigamente, sim, as pessoas tinham motivos para temer essa mudança de idade. As balzaquianas já estavam se encaminhando para a velhice. Hoje, a nossa juventude dura muito mais. Ninguém precisa se sentir velho, só porque está entrando na sua terceira década de vida.

É claro que a gente precisa ter senso crítico. Não existe nada mais feio do que uma pessoa bancar o adolescente a vida toda. Já existe o Chorão do Charlie Brown Jr., não precisamos de mais gente assim! Aliás, eu me pergunto quando é que essa criatura vai crescer – se é que vai, um dia. Acho patético.

Os balzaquianos podem continuar a usar all star, a jogar vídeo-game, a pintar os cabelos de cores berrantes, se assim quiserem. Podem ler Harry Potter, podem curtir o mesmo tipo de música que ouviam na adolescência, e até sair todas as noites (se tiverem fôlego para isso). Não existe limite de idade para fazer o que se gosta. O grande lance é ter uma certa moderação, um certo bom-senso. É meio complicado, mas aos poucos a gente consegue se encontrar e perceber o que ainda faz sentido, o que ainda queremos na nossa vida.

Saber que não somos velhos, que ainda temos tempo para dar um jeito na vida, que já temos uma certa maturidade é a melhor parte de fazer trinta anos. A parte ruim é ter a consciência de que ainda existem algumas pendências. Mas isso faz parte da vida, por mais clichê que seja. Ninguém vira balzaquiano sem questionar nada. Até o Chorão deve ter suas dúvidas. Pena que ele chateie todo mundo, tentando entendê-las...

Fazer trinta anos não é tão fácil, nem tão difícil, nem tão bom, nem tão ruim. É quase como entrar de novo na adolescência e ter que descobrir, outra vez, o que se quer e o que se é.

Agüenta, coração!!!

Quem não gosta do Galvão Bueno tem lá suas razões. Ele põe todo mundo nervoso, grita demais, dá palpites furados, trata mal o Arnaldo César Coelho, se acha o rei da cocada preta, pensa que sabe tudo de todos os esportes. Isso nem é nada. O pior, na minha opinião, são os seus bordões. Aliás, Faustão é outro que volta e meia está dizendo frases feitas a plenos pulmões.

Pensando na mania chata dos dois apresentadores, cheguei à conclusão de que o povo em geral, apesar de nem sempre GRITAR, também usa e abusa de sentenças manjadas, no dia-a-dia. Todo mundo tem a síndrome do Galvão Bueno.

A vida cotidiana parece roteiro do Zorra Total: as mesmas frases, ditas sempre nas mesmas ocasiões. Aprenda!

Ao enfrentar o sobe-e-desce das temperaturas do inverno gaúcho, diga:
Assim não há saúde que agüente!
O inverno não é mais o mesmo...
Deve ser culpa do aquecimento global!

Ainda sobre o inverno gaúcho, chuvoso uma barbaridade, comente:
Ai, essa umidade...
As roupas não secam!
Secadora gasta muita luz!
Nós vamos virar sapo!

Estamos na época eleitoral. Nessa ocasião, não deixe de reclamar, dizendo:
É tudo ladrão!
Que palhaçada!
É só discurso!
O negócio é não votar em ninguém!

Ao ouvir histórias do mundo cão, como aquela do cara que matou cinco pessoas, dois cachorros e três periquitos num assalto, solte o verbo:
Esse país não tem jeito!
Matou, tem que morrer!
Aonde vamos parar?
E a polícia, numa hora dessas?
Nos Estados Unidos é diferente...

No velório do tio do cunhado da vizinha da namorada do seu primo, declare:
Era um homem tão bom!
Um exemplo, um batalhador!
Eu tenho pena é de quem fica! Quem morre, se acaba!
Será que ele deixou alguma coisa para a viúva?
Coitado, tão moço!

Se o assunto for trabalho, você pode contribuir assim:
Melhor do que nada!
Emprego tem, o que não tem é salário!
Se tá difícil pra quem estudou, imagina pra quem não tem estudo...

E, se a conversa girar em torno de algum fenômeno de mídia, como as tais mulheres-fruta, arrebente a boca do balão:
Só no Brasil acontece uma coisa dessas!
Quanta vulgaridade!
Este é o exemplo que as nossas crianças estão vendo!
Isso é tudo culpa da falta de cultura do povo brasileiro!

Aprendeu? Agora é só fazer aquela plaquinha "FILMA EU, GALVÃO!". Aposto que ele vai ficar muito orgulhoso de você.

Cabelos problemáticos

Comprar xampu. Não é uma coisa do outro mundo, todo mundo faz, eventualmente. Também nem é um assunto para se escrever num blog. É uma coisa corriqueira, sem graça nenhuma.

Eu pensava assim até hoje, quando fui ao supermercado e vi uma prateleira cheia de xampus, para todos os tipos de cabelo. Não existe mais xampu para cabelos secos, xampu para cabelos normais e xampu para cabelos oleosos. Comprar xampu virou uma tarefa um tanto quanto árdua.

Existem várias subdivisões: cabelos cacheados, cabelos afro, cabelos com frizz, cabelos lisos que precisam ficar mais lisos, cabelos tingidos, cabelos mistos, cabelos opacos. Seria muito fácil, se o meu cabelo fosse de um jeito só.

Acontece que ele é cacheado, seco, opaco, danificado, às vezes fica oleoso e tem frizz para mais de metro. De vez em quando, ele também vira tingido. Qual levar? Não existe nenhuma categoria de xampu que englobe tudo isso! Podiam inventar algo como "cabelos problemáticos".

O que eu fiz foi levar para casa um que tinha um nome interessante e que eu ainda não conhecia. Comprei o Dove para cabelos com frizz crônico.

Adorei essa parada de frizz crônico, até parece que o meu cabelo tem alguma problema sério, tipo esquizofrenia ou dependência química. Já comprei alguns livros só pelo título, por que deixaria de comprar um xampu com um nome bizarro?

Já testei, vamos ver se realmente funciona. Não tenho muita esperança, porque minha vasta experiência no assunto me diz que nada é capaz de acabar com o frizz. Nem mesmo a chapinha.

Pelo menos, se me perguntarem se eu faço algum tratamento para doenças crônicas, direi que sim: "Tenho frizz, minha filha, você não imagina o quanto isso atrapalha a minha vida... Ai, como eu sofro!".

Jack, o chato do violão

Jack Johnson... Todas as suas músicas são iguais e ele tem pinta de ser aquele cara chato, que sempre propõe uma roda de violão, nas festas. Nem tudo está perdido, porém. Como ele não é brasileiro, não deve tocar Raul, nem Legião. Já é um consolo.

Apesar da minha birra com o pobre Jack, olhando para ele, começo a pensar que o cara não é de se jogar fora. Sem acesso a um violão, deve ser uma beleza.



Ouvindo rádio, coisa que raramente faço, me deparo com a música Upside Down, que nem é nova, mas que ainda toca vez por outra. A música é legalzinha, não é tão chata como o resto da obra dele. E ainda tem este trecho, que eu adoro:

I want to turn the whole thing upside down
I'll find the things they say just can't be found
I'll share this love I find with everyone
We'll sing and dance to mother nature's songs


Toda a vez que escuto isso, acho que deve ser uma excelente idéia morar no Havaí, dividir amor com todo mundo e ainda cantar e dançar ao som da Mãe Natureza...

Quando a música acaba, o castelo desmorona. Amor não se divide com todo mundo, só com quem merece. E, se eu saísse por aí cantando e dançando, acabaria provocando a fúria da Mãe Natureza.

Jack Johnson, além de repetitivo, ainda nos dá idéias de jerico.

Operação Harry Potter


Quando o primeiro livro da série Harry Potter foi lançado no Brasil, em 2002, entrei numa livraria e comprei um exemplar. Na época, eu tinha 24 anos, e não lembro do motivo que me fez ir atrás do livro.

Foi paixão à primeira vista. Depois daquele “Harry Potter e a pedra filosofal”, aguardei ansiosamente os próximos lançamentos, como todas as crianças de oito a oitenta anos. Comprei todos, li todos.

Com o sucesso literário, vieram os filmes. Eu confesso que fiquei com os dois pés atrás. Adaptações de livros, na maioria das vezes, são decepcionantes. No livro, você é o cineasta, imagina a história do jeito que quiser e não precisa escalar ator nenhum, nem se preocupar com a bilheteria.

Então, fiz uma promessa: só assistiria aos filmes, depois de ler todos os livros, para que minha imaginação não sofresse nenhuma interferência.

O momento chegou. Só tinha um problema: como assistir aos filmes, sem lembrar direito dos detalhes da história? Por isso, dei início à Operação Harry Potter. Estou relendo os livros e assistindo aos filmes, logo em seguida.

Confesso que estou me divertindo horrores. É sempre bom revisitar velhos amigos. E ver como a história é contada na versão de outra pessoa também é interessante. Não estou dando ouvidos àquela vozinha impertinente, que me diz: “Mas no livro não foi assim!”.

Mas, o que eu queria mesmo, de verdade, era montar numa vassoura e jogar quadribol.

Uma parte já foi...

Meu maior defeito é ser bagunceira. Consigo transformar qualquer ambiente onde eu esteja num pardieiro.

Não, pardieiro é uma palavra um tanto quanto forte demais. Digamos que eu tenha o Diabo da Tasmânia dentro de mim. Sempre que entro no meu quarto, parece que passou um furacão por lá.

É interessante, até, porque eu não tenho mais 15 anos. Talvez, minha capacidade de bagunçar seja eterna. Tocarei o terror no quarto do asilo, prevejo.

Outra coisa totalmente inexplicável é que não tolero nem um alfinete fora do lugar no meu ambiente de trabalho. Já em casa, é outra história... Ainda não consegui entender o porquê disso. Pequenas loucuras do ser humano...

Uma boa notícia. Consegui arrumar - e manter arrumada - minha estante de livros. É a única parte do quarto onde todas as coisas estão nos lugares que lhes cabem.

Agora, só faltam a sapateira, o guarda-roupa, a escrivaninha, os dvds e todo o resto. Aos poucos, devagarinho, pode ser que eu me anime e faça o que deve ser feito...



PS: Acabei explicando o nome do meu blog. Faz todo o sentido, acredite!
PPS: Droga, os meus pockets da L&PM estão tortos!

Constatação do dia

Eu nunca fui a um estádio de futebol. Mentira.

Eu já fui a um estádio de futebol, mas não para ver jogos. Mentira.

Já assisti a dois jogos num estádio, mas nenhum deles foi importante.

Também já fui outras duas vezes a um estádio, para ver a Chegada do Papai Noel.

Em nenhuma delas, a Xuxa esteve presente, então nenhuma foi importante. Eu queria ver a Xuxa; Papai Noel que se danasse.

Quatro idas a um estádio de futebol, para nada.

Mundo velho...

Enquanto esperava um ônibus que não chegava nunca, fiquei escutando a conversa de duas senhoras.

- Eu tenho um monte de dinheiro antigo em casa! Acho que vou vender...
- Vender?
- É, tem gente que compra.
- Mas quem compraria dinheiro velho?
- Tem gente que coleciona.
- Coleciona? Nunca vi alguém colecionar dinheiro! A gente mal tem pra pagar as contas, quanto mais pra colecionar!
- Colecionam, sim...

Duas coisas me chamaram a atenção nessa conversa:

a) Quem guarda dinheiro velho em casa? Por que não trocou, quando a moeda foi convertida? Fiquei imaginando que a casa daquela senhora era cheia de tralhas, de cacarecos. Daquelas casas em que é arriscado e surpreendente abrir uma gaveta. Não quero acabar assim. O que não tem serventia, eu passo adiante. Sem dó.

b) Uma mulher já de certa idade, que já viveu bastante, ainda não se acostumou com este mundo velho sem porteira? Todos os dias a gente ouve falar de tanta bizarrice... Colecionar dinheiro antigo, cédulas e moedas, nem é tão bizarro assim. Existe até um nome bonito para isso: numismática. Quando alguém comenta comigo sobre alguma coisa que eu não sabia, costumo acreditar. As pessoas, o mundo, sempre nos surpreendem.

Ainda bem que o ônibus finalmente apareceu, porque eu estava louca para xingar a tiazinha incrédula e teimosa. Ficar insistindo, quando não se tem razão, é mais uma coisa que os anos não ensinaram a ela. Quem sabe, um dia, ela mude. As pessoas, o mundo, sempre nos surpreendem.

De novo!!!

Aqui estou, mais uma vez, tentando ter um blog só meu. É difícil...

Apesar de estarmos num ano eleitoral, eu não prometo nada. Vamos ver no que vai dar...